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Fui demitido. E agora?

  • Foto do escritor: Thales Mendes
    Thales Mendes
  • 13 de jan. de 2023
  • 3 min de leitura

No fim de 2022, fui demitido do meu emprego na Buser.

Não fui o único e a Buser também não foi a única. Acho que qualquer um que entrou no LinkedIn nos últimos tempos se deparou com alguma demissão em massa de startup. Desde então, tenho refletido sobre um monte de coisas, sozinho e nas terapias e em conversas com amigos e família.

Anotei algumas dessas reflexões nesse texto.

  1. E os boletos? O primeiro impacto é claro: de onde vai vir o dinheiro pra pagar os boletos? Eu tinha acabado de fazer um curso de planejamento financeiro no @MePoupe que me ajudou bastante. Senti a importância da reserva de emergência na prática. Ter uma graninha guardada serviu como um "ufa" e diminuiu bastante o impacto da demissão.

  2. Você trabalha com o quê? Mas o impacto não é só financeiro. Existe pressa e pressão em torno da recolocação, interna e externamente. Nossa sociedade valoriza muito o trabalho e o status do trabalho. É comum que a gente seja julgado pelo cargo e pela empresa em que trabalha. Fulano é VP de não sei aonde, então fulano deve ser uma pessoa interessante, competente, bem resolvida e com o índice ideal de gordura corporal. Não ter essa "identidade" pode machucar. Quando sua principal identificação é com o seu trabalho, e de repente seu trabalho não existe mais, o que é que sobra? Talvez venha vergonha, medo do que outras pessoas vão pensar, falta de confiança. Como é que eu vou explicar isso pras pessoas? Aí vem a pressa: preciso me recolocar pra ontem. (atualiza cv e manda "oi sumido" pra galera do LinkedIn e aplica pras vagas e fica esperando resultado do processo seletivo) Só que a gente não controla tempo nenhum. Então, quando as coisas não saem no tempo que a gente espera, a gente se frustra ainda mais, entrando num ciclo de ansiedade e pressa e mais ansiedade e mais pressa que pode pifar nossa saúde e nossa cabeça.

  3. Não ter pressa é um privilégio. A chance de escolher com pressa e escolher errado é grande. Se não existe reserva financeira, a pessoa precisa mesmo aproveitar a primeira oportunidade e garantir a própria segurança e a da família (e, assim que possível, fazer o próprio planejamento financeiro e planejar seus próximos passos de carreira!). Poder parar e pensar com calma nos próximos passos da nossa vida é um baita privilégio; refletir sobre a carreira, sobre o que importa pra você, sobre os lugares em que gostaria e não gostaria de trabalhar e, a partir daí, traçar um plano de carreira. Com calma.

  4. Descansar é bom demais. Precisei de alguns anos de terapia pra aprender a descansar. Eu sentia que, quando não estava trabalhando, estava deixando de ser produtivo e, portanto, meu tempo de não trabalho era um tempo inútil. Aquela coisa do trabalhe enquanto eles dormem, sabe? Nesse quase um mês sem trabalho fixo, tenho aproveitado pra dormir bem e me alimentar melhor. Também tem sobrado tempo pra ler, escrever e testar uns vídeos no LinkedIn e no TikTok.

  5. Tudo muda o tempo todo. Essa fase vai passar. Mas é importante lembrar que a próxima fase também vai. É ilusão a gente entrar num emprego achando que vai ficar nele pra sempre, porque o 'pra sempre sempre acaba'. Pode durar um ano ou cem, mas acaba. Na minha cabeça, o negócio é: planeje suas finanças e cuide da sua saúde física e mental pra lidar com segurança com o que quer que venha pela frente ;) E por aí, como tá o seu momento de carreira? Se quiser comentar aqui, ou me mandar por mensagem, vou curtir saber! Se quiser bater um papo ou se eu puder te ajudar de algum jeito, tô na área!

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